Cármen Neves

"Viajar é recolher nossos próprios pedaços que ficaram em algum lugar" Margarida Reimão.1958-2005

Textos


...eis o prefácio:

CASTELO DOS DESEJOS
Um livro de Cármen Neves

Maria José Limeira*

"Temos, enfim, o livro de Cármen Neves, “Castelo dos desejos”, que coloca a autora, definitivamente, na lista de escritoras brasileiras mais criativas, mais
surpreendentes, mais brilhantes, mais sensíveis ...mais, mais, e muito mais...
É um romance de amor, se é que é possível ainda falar disso em meio às  cruéis violências que nos cercam, num século marcado pelas incompreensões no
relacionamento humano.
Trata-se, portanto, de uma pausa, onde o sonho paira acima da realidade, embora se confunda com esta, no desenrolar da narração.
No sonho, destaca-se um casal de enamorados.
Na realidade, o destaque é a autora como narradora e personagem.
Onde começa o sonho?
De que realidade a autora nos fala?
O tema, embora antigo, atualiza-se na paisagem, embora a ação transcorra mais na interiorização de gestos que se confrontam, num clima  onde a imaginação se
liberta, e caem por terra todas as medidas que por acaso limitam nossa vã compreensão dos fatos.
Pois nesse romance, o que importa é a fantasia, o estado onírico por excelência, a terra do “era uma vez”, que as crianças aprenderam a pisar, e os adultos  a ela retornam, no resgate do seu direito de sonhar.
É um texto maduro, que vai da ternura ao sexo na mesma velocidade, conduzindo o leitor, a partir da primeira página, pelos meandros da natureza humana  em seus
mais ocultos desejos, até alcançar o clímax inesperado, surpreendente.
Observa-se, no romance, algumas palavras que se repetem, formando um conjunto de significados que encontramos na Psicologia, e que “só Freud explica”.
A partir mesmo do título, o “castelo” é o corpo humano. A paisagem  densa onde se localiza, diz muito bem dos limites onde esse corpo esbarra, cuja liberdade só pode ser exercida através do sonho (ou da imaginação).
Há outros símbolos que enfocam as dificuldades de convivência com esse corpo,  como portas que se abrem e se fecham (ou braços e pernas), luzes que se acendem e se apagam sem explicação aparente (contradições da mente), subterrâneos, labirintos (os medos do desconhecido) e o mar como representação de liberdade, uma liberdade que é mais desejo do que fato consumado. Porém, nem só de liberdade vive um corpo apaixonado...
Nota-se, ainda, a intenção da autora em emprestar conotação erótica ao seu texto, o que conseguiu. Mas, não é o erotismo o ingrediente que se ressalta, ou “o sexo pelo sexo”, como poderia parecer à primeira vista.
Trata-se, como se disse antes, de valorizar mais o amor, como essência do relacionamento a dois. Porém, as cenas eróticas  são pontos de referência de
grande interesse aos leitores no acompanhamento da narração até o fim  .
Altivez ou submissão?
Revolta ou aceitação?
Consentimento ou rejeição?
Idéias contrárias aparentemente e, no entanto, se unem numa história de amor, que pode dar certo... ou não.
O máximo desse romance depois eu conto!"


*Maria José Limeira é escritora e doce jornalista
democrática de João Pessoa-PB

*  Data prevista para o lançamento em 05.04.08, dia do meu aniversário!
Cármen Neves
Enviado por Cármen Neves em 26/02/2008
Alterado em 20/03/2008
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